Milhares de evangélicos contra o aborto e o casamento gay


O pastor Silas Malafaia criticou o STF e o CNJ por terem "na caneta" aprovado a união civil entre pessoas do mesmo sexo e obrigado cartórios a acatar a decisão
participaram na tarde desta quarta-feira (5) de uma manifestação em Brasília, convocada por pastores e liderada por Silas Malafaia, em defesa da liberdade religiosa. Pastores e políticos discursaram durante toda a tarde com ataques contra o aborto e o casamento gay. A Polícia Militar informou que às 18 horas a estimativa era de um público de 40 mil pessoas. A organização estimou em 70 mil o número de presentes e informou ter gasto R$ 500 mil na realização do evento, incluindo propagandas televisivas convocando o público. AAssociação Vitória em Cristo arcou com os custos.
Principal organizador do evento, o pastor Silas Malafaia foi quem falou por mais tempo e fez o discurso com mais ataques aos "adversários" dos evangélicos. Ele começou com diversas críticas ao que chamou de "ativismo gay", em referência ao movimento LGBT.
"O crime de opinião foi extinto e o ativismo gay quer dizer que a minha opinião sobre a união homoafetiva é crime. Nos chamam de fundamentalistas, mas eles são fundamentalistas do lixo moral, o ativismo gay é o fundamentalismo do lixo moral", afirmou Malafaia. "Tentam comparar com racismo, mas raça é condição, não se pede para ser negro, moreno ou branco. Homossexualidade é comportamento. Ninguém nasce homossexual", complementou.
Malafaia criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por terem "na caneta" aprovado a união civil entre pessoas do mesmo sexo e obrigado cartórios a registrar o casamento gay. Criticou ainda o governo pela indicação de Luís Roberto Barroso para o STF por ele já ter defendido a legalização do aborto. Atacou ainda o PT destacando o julgamento do mensalão e sugerindo que a indicação de Barroso poderia ter como objetivo absolver os condenados. "O povo quer ver os mensaleiros na cadeia", disse. Encerrou destacando ser o objetivo do evento mostrar a força dos evangélicos. "Esse nosso evento é um ensaio, um exercício de cidadania. Não somos cidadãos de segunda classe, vamos influenciar a nação".
Feliciano é ovacionado
Um dos mais ovacionados pelo público foi o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da comissão de Direitos Humanos da Casa. Ele citou em seu discurso os ataques que sofreu desde que assumiu a comissão. "Depois de 90 dias no vale da sombra, das mortes, estou aqui para dizer que represento vocês", disse Feliciano. Ele afirmou ainda que a "família" tem de vir antes do governo e da sociedade e concluiu seu pronunciamento dizendo esperar pela eleição de um presidente da República evangélico.
Outro tema que motivou protestos de vários dos convidados a discursar foi o projeto que criminaliza a homofobia, em tramitação no Congresso. O senador Magno Malta (PR-ES) afirmou que há um objetivo de criar uma "casta de homossexuais" e garantiu que a bancada evangélica não deixará essa proposta ser aprovada.
Apesar de o evento ter sido convocado como manifestação pacífica houve truculência no palco quando seguranças confundiram, no palco, a bandeira de uma igreja com a do movimento LGBT. O material era da Igreja Quadrangular e foi apreendido de forma brusca pelos seguranças que retiraram com força um pastor e outro integrante do grupo. Após ter sido esclarecido que os envolvidos na confusão eram evangélicos, a entrada deles foi liberada, mas a organização confiscou a bandeira afirmando que o material não poderia ser exibido para não vincular o evento a nenhuma igreja específica.
Valter Campanato /Agência Brasil / A Polícia Militar informou que às 18 horas a estimativa era de um público de 40 mil pessoas

Evangélicos e católicos se reúnem em frente ao Congresso para manifestação a  favor da liberdade religiosa (Monique Renne/CB/DA Press)
A manifestação pela liberdade religiosa e de expressão, pela vida e família tradicional em frente ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (5/6), teve início às 15h. A Polícia Militar estimou um público de 40 mil pessoas às 18h. O idealizador é o pastor Silas Malafaia, que chegou a falar em público de 80 mil fiéis.
O trânsito ficou intenso durante a manifestação religiosa (Iano Andrade/CB/DA Press)
Em um evento criado no Facebook, 6.122 pessoas confirmaram a presença. Além de líderes polícos, cantores evangélicos (Aline Barros, André Valadão, Eyshila, Nani Azevedo, Thalles Roberto, Bruna Karla, David Quinlan e Cassiane) estiveram na manifestação.
PM estima que cerca de 70 mil pessoas passaram pelo evento durante todo o dia (Monique Renne/CB/DA Press)
Uma marcha contra o deputado e pastor Marco Feliciano, organizada pelo Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) aconteceu no mesmo momento da reunião religiosa. Segundo a PM, uma equipe de 200 policiais ficou no local para conter eventuais desentedimentos entre os dois grupos.
Segundo o subcomandante do 1ª Batalhão da Polícia de Trânsito (BpTran), major Wagner Freitas, o trânsito ficou intenso a partir das 18h.

Ainda segundo a PM, 50 carros foram autuados por estacionamento irregular no gramado. Duas pessoas passaram mal na hora do evento por causa da lotação - elas foram atendidas no local e passam bem. 

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