MEIO AMBIENTE : água no setor leiteiro

Setor leiteiro deve usar água de forma racional e eficiente

maio 7, 2012 por


O consumo de água em propriedades leiteiras especializadas não é desprezível. Ela é usada para saciar a sede dos animais, para limpeza de utensílios, de equipamentos e de instalações e para a irrigação de culturas.
Quando há a elaboração de dietas para vacas leiteiras, são contabilizadas as necessidades de proteína, energia, minerais e vitaminas.
Entretanto, muitas vezes é esquecida a água, elemento que constitui aproximadamente 65% do corpo do animal e 87,5% do leite. As vacas de alta produção podem consumir até 150 litros por dia.
A água fornecida deve ser de qualidade (classe três, de acordo com a resolução nº 357, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama); à vontade; de livre acesso e em bebedouros distribuídos em vários locais, para diminuir a distância a ser percorrida pelos animais. Se essas premissas forem cumpridas, as vacas aumentarão a ingestão de alimento, proporcionando maior produção de leite.
A análise anual da água em laboratório especializado e a limpeza frequente dos bebedouros e dos reservatórios são fundamentais para garantir a qualidade do leite. É importante ressaltar que os animais não devem beber água em nascentes, em lagos ou em rios. É necessário cercar esses locais para evitar o acesso direto dos animais, pois são áreas de preservação e há o risco de contaminação das fontes pelas fezes.
O desperdício de água pode ser observado em torneiras pingando, em boias de bebedouros quebradas ou mal reguladas e na limpeza de áreas cimentadas, como currais e salas de ordenha, onde é usada a chamada vassoura d’água.
O manejo correto é a remoção das fezes com pá, enxada, raspador e posterior uso de água onde realmente for preciso, como a sala de ordenha. As bombas de alta pressão ajudam na limpeza, com menor gasto de água e maior eficiência para remover resíduos. Além disso, são produzidos menos efluentes com potencial contaminante.
Está para ser iniciada a cobrança pelo uso da água, e a participação dos produtores nos comitês de bacias hidrográficas é vital.
A água deve ser usada com responsabilidade, na menor quantidade possível, e devolvida aos rios, no mínimo, com a mesma qualidade com que foi captada.
MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI, veterinário, doutor e responsável pelo Sistema de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP).
(Publicado, originalmente, no jornal Folha de S. Paulo – Edição 05/05/12)

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