Manifestação em favor de Lula em Curitiba
Na manhã deste domingo (8), os manifestantes estão fora do bloqueio feito pela Polícia Militar no entorno da PF, conforme determinação da Justiça do Paraná. Há um perímetro de cem metros de distância do portão do prédio da PF. Eles dizem que permanecerão em vigília no local até a soltura do ex-presidente. O acampamento, batizado de Lula Livre, está sendo montado na Rua Doutor Barreto Coutinho, é organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, e conta com a participação de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Via Campesina.
De acordo com Neudi de Oliveira, da Frente Brasil Popular, a expectativa é receber até 1.500 pessoas no acampamento. Os organizadores do movimento dizem que, após os acontecimentos de ontem – o confronto com a polícia, que resultou no arremesso de bombas de efeito moral e tiros de bala de borracha –, o número de participantes no acampamento deve aumentar. Apesar do grande número de ônibus pelo menos cinco – e de pessoas, os militantes evitam bloquear a entrada das residências.
O movimento é parte de uma mobilização nacional. Roberto Baggio, integrante do MST, afirma que também estão previstos atos no Rio de Janeiro e em Brasília. Na capital federal, outro acampamento deve ser feito em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Organização
De acordo com Baggio, os manifestantes farão o máximo esforço para não atrapalhar a rotina dos moradores da região. A orientação, segundo ele, é para que os militantes “não aceitem provocações” e, também, que não hostilizem a imprensa. No dia anterior, pelo menos seis jornalistas foram agredidos em São Bernardo do Campo enquanto faziam seu trabalho. Em Curitiba, ameaças e constrangimentos a colegas de imprensa também foram verificados.
O acampamento já tem banheiros químicos e, segundo os organizadores, deve contar também com uma cozinha para atender aos manifestantes. Até um comitê de imprensa foi montado para atender aos jornalistas.
Às 10h, o almoço dos acampados já estava sendo preparado. Zeny dos Santos Cruz, do quilombo dos palmares, em Londrina, conta que um ônibus a região dela chegou com manifestantes ainda de madrugada. A cozinheira já prepara o cardápio do almoço no acampamento: vaca atolada e salada. Segundo ela, deve permanecer no local “até quando o movimento achar necessário”.
Por enquanto, nenhuma autoridade ou advogados de Lula chegaram ao local para falar com a imprensa.
Vizinhança
A reportagem conversou com moradores do entorno da PF. Eles relatam que o clima foi de bastante medo com a confusão no sábado, por conta do confronto entre policiais e manifestantes. Segundo eles, até 1 hora da madrugada era possível ouvir movimentações na rua.
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