Leilão de libras - regime de partilha de produção
partilha de produção como modelo adequado para os investimentos em
novos blocos de exploração na chamada camada do pré-sal, a primeira
licitação nessa modalidade, a do campo de Libra, em águas profundas da
Bacia de Santos, será disputada preponderadamente por companhias
petrolíferas estatais, em sua maior parte, asiáticas.
Como herança de um passado remoto, ainda diz-se, na linguagem comum,
que um bom negócio “é um negócio da China”. Por ironia, é possível que o
chinesas se apresentam como fortes candidatas a vencer a licitação. Tal
possibilidade também fora levantada durante a discussão que antecedeu a
aprovação do regime de partilha pelo Congresso, porque muitos países da
Ásia buscam diminuir suas dependências de importações de petróleo de
regiões sob ameaça permanente de conflitos. Assim, companhias estatais
são orientadas por seus governos a assegurarem volumes mais expressivos
de produção em outras áreas do planeta, sem tanto risco. Questões outras
deixam de ser relevantes e o fato de a Petrobras ser necessariamente a
operadora do consórcio vencedor não chega a ser um obstáculo. Até elimina
a responsabilidade dessas empresas em cumprir as exigências técnicas
(conteúdo nacional mínimo nos equipamentos e serviços utilizados nas fases
de exploração e desenvolvimento do campo).
Se de fato essa era a intenção do governo ao optar pelo regime de partilha, o
leilão de Libra cumprirá sua finalidade. Mas se o pré-sal for visto por outro
ângulo, como uma oportunidade para o Brasil se tornar um dos grandes
centros de atenção da indústria petrolífera mundial, com todos os aspectos
positivos que isso pode significar (avanços tecnológicos em toda a cadeia
produtiva, espalhando-se em diversas outras atividades industriais ou de
serviços), o primeiro leilão sob o regime de partilha será, desde já, frustrante.
Pelas dimensões do investimento que deverá ser feito e pelas exigências
estabelecidas no edital, o leilão de Libra teria que se restringir a companhias
de muita capacidade econômica e fôlego financeiro. Mas várias delas nem
sequer se habilitaram (Exxon, Chevron, BP e BG). O que as afastou não deve
ser alguma dúvida sobre o potencial de Libra. As pesquisas já realizadas
indicam grande probabilidade de o bloco abrigar o maior reservatório de óleo
e gás descoberto até agora no Brasil. Se essa expectativa se confirmar,
mesmo nas condições estabelecidas no edital pode ser compensador para
os investidores.
A suspensão do leilão do petróleo no campo de Libra, na Bacia de Santos, tornou-
se bandeira compartilhada das principais entidades representativas da educação
do Brasil. O PROIFES, Federação de Sindicatos de Professores de Instituições
Federais de Ensino Superior; a CNTE, Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação; a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e a CONTEE, Confederação
dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, protocolaram carta no Palácio
do Planalto à presidente Dilma Rousseff que solicita o cancelamento da transação
prevista para o próximo dia 21 de outubro.
Uma das maiores descobertas dos últimos 20 anos, Libra é um reservatório com
aproximadamente de 1,5 mil quilômetros quadrados com potencial conhecido de no
mínimo de dez bilhões de barris. Porém, para as entidades, o atual desafio colocado
diante de um volume tão grande de petróleo não é o da exploração aligeirada, mas o
de maximizar esse benefício para toda sociedade brasileira.
Não há nenhum dispositivo jurídico ou convenção internacional que obrigue a oferta
em leilão. Ao contrário, a Lei 12.351 de 2010, em seu artigo 12º, garante à União
entregar um campo diretamente para a Petrobras, a qual assinaria um contrato de
partilha com o percentual do “óleo-lucro” a ser remetido para o Fundo Social obtido
por definição do governo. Agora, a empresa brasileira concorrerá com outras 10,
procedentes da Colômbia, Japão, Índia, Portugal, Malásia, França, três chinesas e
uma Anglo-holandesa.
Vale lembrar que os royalties do Petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal estão
destinados às áreas da educação e saúde, conforme Lei 12.858, sancionada em
setembro deste ano. De acordo com as entidades educacionais representativas, a
participação de empresas estrangeiras fere o principio da soberania popular sobre
uma importante riqueza natural do Brasil e traz perdas significativas para estas duas
áreas, alavancas para o desenvolvimento do país.
Coletiva de Imprensa:
Participam: Dirigentes do PROIFES, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, CNTE e CONTEE.
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Tudo levar a crer, então, que foi a concepção do modelo que afastou essas
companhias. Há um intervencionismo excessivo, com o qual somente
companhias estatais estão habituadas a conviver.Um outro aspecto a ser
considerado foi a reclamação do governo brasileiro a respeito das quebras
de sigilo da Petrobras colocando assim as empresas americanas em
“vantagem”. A aprovação da destinação dos royalties do petróleo, para
a Educação e a Saúde marcam um novo recorde de investimento que
não podem ser perdidos nos processos de leilões.
Dessa forma, reafirmamos que continuaremos na luta para que
a educação pública receba os investimentos necessários para
atingir a qualidade desejada pelo povo brasileiro.
REFERÊNCIA:
1- http://proifes.org.br/principais-entidades-da-educacao-nacional-se-posicionam-contrarias-ao-leilao-
de-libra-e-convidam-imprensa-para-coletiva/
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