Lago Paranoá, que já perdeu 15% do volume total
A expansão urbana sem controle é uma das causas do problema. Mas até mesmo a construção de bairros planejados, como o Setor Noroeste, contribui para o carregamento de sedimentos para o espelho d%u2019água. Parte da terra retirada do solo para a construção de garagens subterrâneas, por exemplo, acaba no lago. Próximo à Ponte do Braguetto, no fim da Asa Norte, é possível ver os efeitos negativos: o lago está cada vez mais raso, e a água, mais escura e lamacenta.
No Setor Noroeste, a falta de controle da terra removida durante a construção dos edifícios preocupa o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que, no mês passado, embargou todas as obras do bairro por conta desse problema. Mas as obras nunca pararam. Além de chegar ao reservatório por meio das redes de águas pluviais, essa terra também acaba arrastada até o Ribeirão Bananal, um dos mais importantes afluentes do Paranoá. A gravidade do problema é reconhecida até mesmo dentro do GDF, responsável pelas obras do conjunto habitacional.
O Correio teve acesso a um relatório da Caesb que trata sobre o assunto. Segundo o documento oficial, "foi verificado um grande crescimento da área assoreada, com a consolidação da vegetação em uma larga faixa antes ocupada pelo lago, ao lado do local de descarga de águas pluviais provenientes do Setor Habitacional Noroeste". Essa alteração, em um espaço de tempo em torno de um ano, mostra o preocupante processo de assoreamento do braço norte do Lago Paranoá com o início das obras do Noroeste, complementa o relatório.
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